Joi, o Cavaleiro Errante

quarta-feira, setembro 23, 2009

...?...

Será que penso o que penso que penso?
Que penso que penso o que penso que penso?
Questionamento intenso de cada momento;
fatídico desmoronamento.
Entendo o que intento?
Possível impassível tormento?
Ou invento?
Daí o talento-lento do aprimoramento-imenso da alma?
...Com calma,
venço...

sábado, setembro 19, 2009

Adocico Sais

Vem agito
Traz
Cem atritos,
Mas
Nem me aflito
Mais
Sem conflitos,
Paz.

Adocico Sais
Tem meu grito?
Tens
Mais bonito
Quem
Bem me faz.

Prontifico
o Ás
Mais eu fico,
Vais
Já sei viver sem.

segunda-feira, setembro 14, 2009

A Lua e Eu (ou 'obrigado por ter vindo essa noite me visitar')

O luar é um verbo
Que homenageia o sujeito
E só a Lua pode conjugar.
Encanto que eu,
Reles estonteado,
Só pude brindar o bolo de tangerina
E fulminar minhas costelas
Num riso igual ao dela
Às quatro da matina.

quinta-feira, setembro 10, 2009

Das Cinzas

Sonhei que você me consolava
Enquanto comia meu coração
Com classe (mas sem talheres).
Eu te admirava angustiado
Enquanto, sempre doce, me salgava
Os sentidos e os sentimentos
Na raíz de tudo o que era eu
E eu desconhecia;
As lágrimas abriam crateras no assoalho.
Havia sangue por todo lado.
Suas palavras sutilmente duras
Me cortavam cada vez que as pronunciava.
Meu sangue jorrava sem parar,
Formando enormes poças rubras
A transbordar das crateras.
Eu não aceitava
Nem conseguia assimilar.
Tanto em tão pouco.
Mas era preferível sangrar na tua presença
A deixar-te ir
E enlouquecer no desespero rouco da sua falta,
(como experimentaria – e eu o sabia – momentos mais tarde)
Uma despedida de um verdadeiro tolo-cego,
Um covarde.
Caminhava pela cozinha ensopada,
Fundindo meus pés descalços
Às poças rubras.
Ao redor,
As parede já todas manchadas
De sangue-petróleo
- na textura e no sabor -,
Tamanha a violência.
Dentro de mim,
Hemorragias, Tumores e Mortes.
Por fim,
Enquanto o vento seco dançava com seus cachos
Desprovidos de baby-lizz,
Entregavas meu corpo
Já fatiado em porções de filés
De tamanhos perfeitos
Para serem devorados pelos urubus
E outras criaturas ainda mais austeras e sombrias e perversas
Daquele deserto nefasto do ressentimento.

Louco a louco...
EU
Ressurgia,
Phoenix amargurado
Pronto para amar
Armado até os caninos
E retornava às cidades
Montado num dragão
Cujo corpo
Fundia-se a chamas
De cores surrealmente negras
(este dragão se chamava
Ansiedade Perdição,
e atendia por um e por outro,
embora eu nunca o envocasse verbalmente).
Nos auges,
Eu luzia não-lúcido
E mordia outros lábios
E cortava outros braços
Abraçado a mim mesmo
- e só -
Dilacerava tudo o que via
Ignorava quaisquer limites
Mas conquistava aliados
E os seguia.
Deixava, por vezes, abandonado,
Um dos nomes do Dragão,
Que diminuía
E me esclarecia
A visão.
Tive, pois, que tomar a decisão!
Fez-se assim, então:
Da noite-pro-dia
Do mar seco pro sertão que chuvia
Da ventania que varria a solidão,
A companhia.
Finalmente,
Eu morria.
Mas somente para renascer uma outra vez de novo,
Das Cinzas.



Quando acordei,
Vi que o tempo havia passado
Eu estava mudado
E tudo acontecera de fato.

E agradeci
Por nada a ninguém
Numa espécie de mantra
Que vai e vem
Vai
Vem
Vai
Vem
Vai
Vem
Vai
Vem
Vai
Vem
Vai
Vem
Vai
Vem
Vai
Vem
Vai
Vem...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...............paz...............







*Os fatos narrados acima são de cabo-a-rabo verídicos.

quarta-feira, setembro 09, 2009

A ameaçadora tormenta do delírio nostálgico de uma noite, metade doce / metade desespero

Ainda queima
- atroz -
a tempestade.

Ainda arde
- atriz -
a covardia.

Mas a verdade está em dia!
Eu não me amedronto mais.

Se nada lhe satisfaz
- cá estou eu! -
Em busca do Nada.

Só peço-lhe,
por favor:
me deixe sonhar
em paz.

Uma vez que eu sei,
pra você...
Pra você tanto faz!

Embora nunca blasfemará:
‘tanto fez’.

terça-feira, setembro 08, 2009

Um Certo Alguém

Como se faz
pro que
não é mais
voltar a ser
seu?

Eu to falando
do sorriso
que um certo dia
alguém me deu.